O famoso carnaval de Veneza – Este ano cancelado devido a pandemia da Covid-19
Em Veneza, um grupo de foliões faz silêncio em praça vazia durante Carnaval cancelado.
A tradicional festa italiana não ocorrerá pelo segundo ano seguido, por causa da pandemia da Covid-19.
A famosa Praça de São Marcos, em Veneza, na Itália, não está ocupada por uma multidão fantasiada, celebrando o Carnaval. Por causa do cancelamento da festa, devido à pandemia, apenas um pequeno grupo de foliões apareceu no ponto turístico neste domingo (7): cerca de dez pessoas ficaram em silêncio, respeitando o distanciamento social e exibindo seus trajes típicos.
Não havia música, desfile ou performances artísticas. O único som ouvido era o do sino da Basílica de São Marcos. Os foliões usavam duas máscaras: uma como adereço, outra para proteção contra a Covid.
É o segundo ano em que o Carnaval de Veneza é cancelado. Em 2020, a Itália já sofria com o início da pandemia.
Atualmente, em relação ao restante da Europa, o país impõe restrições menos severas à movimentação dos moradores. Bares e restaurantes em algumas regiões podem servir os clientes nos locais até as 18 horas. Depois, até as 22 horas, apenas são permitidas compras para viagem.
Origem
O Carnaval de Veneza é muito mais antigo do que se pensa. A festa foi instituída em 1094 (mesmo ano da consagração da Basílica de São Marcos) pelo doge Vitale Falier. Proveniente de uma das famílias mais potentes da cidade, Falier propôs que antes do início da quaresma, a população tivesse direito a usufruir de um período de jogos, brincadeiras e diversão pública. Não era uma novidade. Os romanos no passado já realizam este tipo de festa, nos chamados dias Saturnali, quando festejavam o deus Saturno, com banquetes, sacrifícios e subversão dos papéis: os escravos tomavam o lugar dos patrões por um período.
Mas foi em 1296, que o Senado veneziano formalizou o carnaval com um decreto que declarava que o último dia antes da quaresma fosse festa. A população, porém, já começava a comemorar o carnaval meses antes, em dezembro. A oficialização do evento trouxe consigo uma série de usos, costumes, além de caracterizá-lo como um verdadeiro business. Nesta época já existiam, por exemplo, as escolas ou confrarias dos “mascareri”, ou seja, os artesãos que produziam as máscaras e fantasias para os foliões.